26 dezembro 2019

Manhãs Milagrosas - Os 6 hábitos que vão transformar a sua vida antes das 08:00 - by Inês Isaías


 Book Review

"Manhãs Milagrosas - Os 6 hábitos que vão transformar a sua vida antes das 08:00"


“Manhãs Milagrosas” é o título de um livro de autoajuda que motiva o leitor a mudar a sua vida e o fazer com que o mesmo tire o maior partido dela.
Segundo o autor o método das manhãs milagrosas é revolucionário e, com simples passos, permite uma grande transformação em todos os aspetos da vida.
O seu início é logo inspirador, quando o autor, Hal Elrod, nos fala um pouco sobre a sua história e as razões que o levaram a querer mudar a sua vida. Com apenas 20 anos, Hal, era bem-sucedido em todos os aspetos até que foi vítima de um acidente em que ficou clinicamente morto e os socorristas lhe salvaram a vida. Após esse milagre tudo se alterou e o autor, perfeitamente consciencializado dessa realidade enfrentou a vida e conseguiu tornar-se um diretor de vendas de sucesso. Com toda esta motivação e sucesso na sua vida pessoal, decidiu que a sua história devia ser passada e começou a realizar conferências, tornando-se treinador de desenvolvimento pessoal.
Passado uns anos, já em 2007, Hal perde tudo o que tinha construído ao longo dos anos devido à recessão económica. Este foi o segundo momento em que sentiu que tinha perdido tudo, tendo afetado, seriamente, a sua saúde emocional e mental. Durante uns tempos perdeu o foco, mas um dia um amigo aconselhou-o a começar a correr, e, apesar de se sentir deprimido e sem rumo, aceitou o desafio. A partir deste momento decidiu começar a ter uma rotina diária de desenvolvimento pessoal.
O seu primeiro desafio foi encontrar tempo para o fazer.
Executou tentativas em diferentes períodos do dia, de forma a encontrar a altura ideal para o fazer, e chegou à conclusão que o momento mais apropriado era o início da manhã, após o despertar, pois sentia que ficava com mais energia, foco, motivação e empoderamento ao longo do dia.
O segundo desafio foi encontrar o que fazer neste tempo de dedicação pessoal. Então, criou uma lista em que escreveu todos os exercícios que ele sentia que iriam ser benéficos para si. Os escolhidos foram: meditação, afirmações, visualização, exercício físico, leitura e escrita. Para conseguir realizar todas estas atividades, dedicou dez minutos por dia a cada uma delas.
Começou a acordar às cinco da manhã para os realizar e não podia sentir-se melhor. Foi imediato o bem-estar e descreve que sentiu paz, devido ao silêncio, motivação, devido à leitura, força interior, devido às afirmações, inspiração, devido à visualização, gratidão, devido à escrita e energia, devido ao exercício físico.
Passado dois meses sentiu-se novo, com mais energia, motivação e concentração fazendo com que os seus objetivos fossem alcançados com mais facilidade.
Foi esta descoberta que o levou a querer transmitir este método, criando as manhãs milagrosas e ajudando indivíduos e organizações a melhorar a sua produtividade.
De acordo com o estudo e reflexão que fez acerca da população em geral e ao facto de sentir que não existia vontade de lutar por uma mudança e uma vida melhor levou-o a constatar que 95 % das pessoas contentam-se com pouco e acomodam-se ao que tem, não querendo melhorar e ter sucesso. Para pertencermos aos 5% o autor indica-nos três etapas.
O terceiro capítulo do livro questiona-nos o porquê de acordarmos todas as manhãs. Aquele momento vai ditar todo o nosso dia. Se desligarmos o despertador estamos a criar alguma resistência ao ato de despertar, que nos transmite logo uma grande energia negativa. O nosso estado de espírito de manhã tem um grande impacto no decorrer do nosso dia.
Mas como é que podemos acordar com mais energia e entusiasmo?
Hal, afirma que o modo como nos sentimos quando acordamos não se baseia no número de horas de sono. Depende de como antecipamos o sentimento do acordar.
Antes de adormecermos temos de nos mentalizar que vamos acordar cheios de energia e força para enfrentar o dia. O autor assemelha este acordar ao acordar de uma criança na manhã de Natal, que sai da cama com um propósito, não por necessidade, mas sim porque é o que é desejado. Para ajudar neste processo são dadas cinco etapas.
No Sexto Capítulo são apresentadas, de forma detalhada, as seis práticas das manhãs milagrosas a que o autor chama de “Life Savers”. A manhã milagrosa dura uma hora distribuída por cinco minutos de Meditação, cinco minutos de Afirmações, cinco minutos de Visualização, vinte minutos de Exercício físico, vinte minutos de Leitura e cinco minutos de Escrita. Na Meditação o objetivo é o silêncio absoluto em que pode estar incluída a meditação, oração, reflexão, respiração profunda e gratidão. Nas Afirmações o objetivo é conversarmos connosco próprios e afirmarmos o que realmente queremos, porque é que queremos isso, quem nos comprometemos a ser para criar isso, o que nos comprometemos a fazer para o criar e, por fim, quais as citações e filosofias que nos inspiram. Nas Visualizações, inicialmente, preparamo-nos confortavelmente e com a mente limpa e, de seguida, visualizarmos o que é realmente desejado, a pessoa que somos e no que nos queremos tornar para que isso aconteça. No Exercício físico, fazer qualquer tipo de exercício, seja leve ou mais pesado, ou até yoga, que vai contribuir para que as ideias se tornem mais claras e que o foco seja mantido por mais tempo. Na Leitura, recomenda que haja uma leitura de 10 páginas por dia. Que questionemos o porquê da escolha do livro e o que esperamos dele, que criemos um compromisso de implementar o que aprendemos e façamos algo com isso e que sublinhemos, circundemos e destaquemos passagens importantes. Também recomenda que haja uma leitura de bons livros de desenvolvimento pessoal. O último passo é a Escrita, com a criação de um diário em que escrevemos as nossas ideias, refletimos sobre a nossa aprendizagem e observamos o nosso progresso.
Para sentirmos o efeito do método são necessários 30 dias. Segundo Hal, para corrigir um hábito são necessários 30 dias e é dividido em três fases. A primeira é a insuportável (os primeiros 10 dias são um desafio), a segunda é a desagradável (os próximos 10 dias não melhoram, têm de haver disciplina e comprometimento), a terceira é a imparável (muitos especialistas afirmam que uma mudança de hábito ocorre durante um período de 21 dias).
Para finalizar, o autor desafia-nos a transformar a nossa vida em trinta dias e, para isso, menciona as etapas para o seu início. Em primeiro lugar obter o kit de início das manhãs, incluído no website. Em segundo, agendar a primeira manhã para o dia seguinte. Em terceiro fazer os exercícios. Em quarto, encontrar alguém que nos acompanhe neste novo estilo de vida.
Manhãs Milagrosas é, assim, um livro que apela ao nosso desenvolvimento pessoal. Para além disso, evidencia o quão o ser humano é capaz de superar todas a situações e lutar por uma vida melhor. É, de facto, um livro que motiva e desafia o leitor a melhorar o seu estilo de vida, a nível mental, físico e emocional.

As “Manhãs Milagrosas” e Liderança e Negociação

Após uma reflexão acerca do livro e de Hal Erold são bastantes as interligações com a matéria abordada em Liderança e Negociação. Logo à partida, Hal Elrod torna-se um líder após todos estes acontecimentos, pois leva milhares de pessoas a seguir o seu método e a sua mensagem, transformando-as. É um Líder Carismático pois inspira os seus seguidores com o seu estilo de vida, as mensagens que passa e como enfrentou a vida após todos os acontecimentos menos bons porque passou. Também é um Líder Transformacional, pelo facto de colaborar com os liderados para identificar a sua mudança através da inspiração e mudando a sua maneira de pensar, procurando sempre a sua melhoria e desenvolvimento pessoal.

Não só Hal Erold é um líder, como o seu método é destinado a líderes. E esse método pode levar uma organização a fazer melhores escolhas e a criar um melhor ambiente para os liderados. Com a sua base na reflexão, escrita, meditação, exercício, faz com que o Líder de uma organização tenha o seu tempo de desenvolvimento pessoal, criando um melhor ambiente na empresa, com ações mais ponderadas e uma mente mais aberta. Também o exercício vai levar a uma maior energia e as endorfinas vão dar uma melhor disposição, influenciando de imediato tudo à sua volta.
O seu método é um desafio que se insere no vídeo “Who Moved My Cheese?”, pois é um método que sai da nossa área de conforto, que no início é algo que nos parece complexo e difícil, mas, após passar pelo processo, chegamos aos seus benefícios e encontramos o nosso “Queijo”.
Finalmente, este método também nos vai levar a ser mais bem-sucedidos com o nosso desenvolvimento pessoal, vamos fazer melhores escolhas e uma maior reflexão acerca das mesmas.

Bibliografia

Elrod.Hal. (2014). Manhãs Milagrosas. Pergaminho


Citação:

Isaías, I. (2019).  Manhãs Milagrosas -Book Review. Research oriented by PhD Patrícia Araújo within “ Leadership and Negotiation
Curricular Unit and Presented at Ipam Leadership Challenge. 3ª Ed. Porto: Portuguese Institute of Marketing and Administration.
















26 novembro 2019

Os Mindsets e o Desempenho Organizacional- Book Review- By Mariana Rodrigues Silva

O livro Mindset: A nova psicologia do sucesso, escrito por Carol S. Dweck, professora de psicologia da Universidade de Stanford e Especialista Internacional em sucesso e motivação, apresenta um estudo de comportamentos realizado a fim de descobrir como e porque as pessoas lidam com o sucesso e o fracasso de maneiras diferentes. Porque determinadas pessoas evoluem e outras estagnam. E ao realizar a pesquisa, a autora, conseguiu descobrir que os factores determinantes para tais comportamentos, seriam controlados por nossa mente através do mindset que adotamos. 

Carol Dweck durante sua pesquisa conseguiu encontrar dois tipos de mindset, o mindset fixo e o mindset de crescimento. No mindset fixo as pessoas tendem a não saber lidar com seus próprios erros, perdas e fracassos. E entendem que se não conseguiram algo é porque são incapazes de forma definitiva, não havendo nada que possa mudar. Já para pessoas com o mindset de crescimento o fracasso pode ser visto como uma motivação para se esforçar mais e atingir o objetivo em uma próxima oportunidade. 

E com base nisso, a autora relata diversos casos aplicados em escolas, empresas e situações cotidianas a fim de caracterizar o mindset das pessoas em determinadas situações e assim justificar sua teoria. No que tange aos mindsets dentro das organizações, a autora cita o estudo realizado por Jim Collins no qual analisou, durante 5 anos, 11 empresas que progrediram em relação as outras com o objetivo de descobrir o motivo. Dentre os resultados o que mais se destacou foi o tipo de líder que as liderava. Jim Collins conseguiu verificar que as empresas que obtiveram mais sucesso durante esses anos, eram empresas lideradas por pessoas discretas, que estavam sempre a questionar as coisas e que olhavam as suas falhas e as da equipe, sempre buscando soluções e mantendo a fé no sucesso final. Ou seja, líderes com mindset de crescimento. 

De acordo com o livro, líderes com mindset de crescimento, não estão sempre tentando provar que são melhores, mas acreditam no desenvolvimento humano e por isso estão sempre tentando melhorar. Buscando com franqueza quais qualificações ele, a sua equipe e a empresa precisam para atingir seus objetivos. E com isso se baseia e confia em fatos para progredir e não em apenas talentos fixados como natos. 

Considerando tais informações em correlação com a Teoria da Liderança Transformacional, entende-se que um líder transformacional tem mindset de crescimento, pois é um líder próximo a sua equipe, e constantemente em busca da evolução individual e colectiva. E por adoptar tal postura, passa a ser admirado e respeitado pela equipe. A hierarquia existe de forma a sustentar a distribuição de competências e responsabilidades, e não para escalar superioridade entre os indivíduos. 

Como forma de mostrar como o mindset do líder pode interferir no desempenho da organização, a autora Carol Dweck cita um estudo de caso sobre mindsets e decisões organizacionais desenvolvido por Robert Wood e Albert Bandura, no qual alunos do curso de gestão foram testados com uma tarefa fictícia de liderança. Teriam que colocar os funcionários de uma empresa X nos cargos certos de acordo com suas características e motivá-los. Para faze-lo da melhor forma teriam que reavaliar constantemente sua tomada de decisões, baseados nas informações do desempenho da empresa. A turma foi dividida em dois grupos, a serem orientados de maneiras diferentes. Um grupo foi orientado de forma a estimular seus mindsets fixos, a esse disseram que a tarefa seria para medir suas capacidades natas, ou seja, os estudantes entediam que quanto maior sua capacidade subjacente, melhor seria o seu desempenho. Ja o segundo grupo foi estimulado a ter mindset de crescimento, e os estudiosos, os disseram que suas capacidades de liderança iriam se desenvolver com a prática e que o objetivo daquele estudo era os dar uma oportunidade de identificar suas aptidões. 

 Ao final do estudo Robert e Albert concluíram que os estudantes orientados para o mindset fixo não conseguiram aprender com seus erros, apenas frustraram-se. E os estudantes do mindset de crescimento, que obtiveram os melhores resultados, continuaram a aprender, sem se sentirem pressionados com a avaliação, lidando com seus erros de forma franca e colectando as informações necessárias para mudar a estratégia quando preciso. 

Ou seja, esse estudo foi capaz de mostrar de forma clara como os mindset dos líderes são determinantes no desempenho de uma organização, uma vez que um líder representa por vezes um espelho para a equipe, este deve ser o primeiro a adoptar o mindset de crescimento para então influenciar os seus colaboradores a pensar da mesma forma. 

Após a leitura do livro e entendimento dos dois mindset explorados através dos casos, foi possível perceber que para um melhor desempenho organizacional, adoptar um mindset de crescimento por mais que seja uma tarefa difícil, é um exercício que poderia ser praticado por todos os indivíduos. Uma vez que ele nos ajuda a ter uma perspectiva optimista, e principalmente, nos mantendo sempre em movimento em busca de aprendizado, compreendendo o aprendizado como uma constante evolução.

Silva, Mariana Rodrigues. 2019. Os Mindsets e o desempenho Organizacional. Research oriented by PhD Patricia Araujo within ´´Leadership and Negociation´´ Curricular Unit and Presented at Ipam Leadership Challenge 3ªEd. Porto: Portuguese Institute os Marketing and Administration.

24 novembro 2019

Os Sonhos enquanto motor de desenvolvimento das organizações: resenha crítica ao livro "O Gestor de Sonhos" - JOana Castro


Sobre o autor


Matthew Kelly é um orador e escritor americano que conta já com milhares de conferências nos quatro cantos do mundo e milhões de livros vendidos, estando no top do USA Today, New York Times, Publishers Weekly, entre outras. Atuou em inúmeras palestras e influenciou, com as suas palavras e sentido de humor, inúmeras organizações, equipas e chefias de topo.
O seu livro é considerado por muitos, como uma importante contribuição para a literatura de liderança e gestão de equipas.

“O sonho comanda a vida”

É com este mote, que Mathew Kelly nos desafia a refletir sobre uma forma de gestão de recursos humanos inovadora, baseada naquilo que, tal como a famosa frase de António Gedeão indica, comanda a vida: os sonhos.
Estima-se que 1/3 das nossas vidas seja passada no trabalho. Por muitas tentativas ou investigações que se façam, há problema atual que parece não ter uma solução tão simples quanto parece: a luta pelo talento, retenção e motivação de equipas e colaboradores. É este, segundo Kelly o grande desafio dos gestores modernos sendo que, só será capaz de sobreviver aquele que fizer dos seus empregados a melhor versão de si própria. De facto, remete-nos para a teoria da Liderança Transformacional (Bass, Avolio, Jung e Berson, 2003), onde estão presentes as quatro dimensões desta teoria como: influência idealizada (líderes carismáticos capazes de gerarem admiração entre colaboradores); motivação inspiracional pelo facto do exemplo começar também pelo topo; estimulação intelectual, pela procura do crescimento profissional e pessoal dos colaboradores da empresa e, por fim, a consideração individualizada presente no principal tópico do livro que abordarei mais adiante.

O livro

O livro gira em torno de uma empresa fictícia de serviços de limpeza dos Estados Unidos, a Admiral Janitorial Services e o seu grave problema que “atormentava” as chefias e gestores: o gigante nível de turnover da organização que rondava os 400%. Isto significa que a empresa a nível anual tem um gasto brutal a contratar novos colaboradores a cada três meses.
O que caracterizava esta empresa segundo muito dos seus gestores? O facto dos seus colaboradores não terem qualquer tipo de objetivos ou sonhos de vida por estarem a desempenhar uma função aparentemente “sem futuro”.  Para colmatar esta falha e dar um novo rumo à empresa, há uma série de tentativas por parte da chefia em compreender os motivos que fazem os seus colaboradores saírem da empresa. Para tal, entregam a cada um dos seus colaboradores um inquérito respondido de forma anónima com a questão central.
Após vários inquéritos lançados, a resposta estava precisamente no aspeto que muitos consideravam que os colaboradores padeciam de: sonhos. É nesta palavra que entramos na forma proposta por Kelly em gerir, motivar e desenvolver aquilo que é o motor de uma empresa: o seu capital humano.
Da teoria à prática, Kelly mostra-nos num abrir e fechar de olhos como este modo de gestão poderá funcionar com qualquer empresa, até mesmo com os perfis mais resistentes à mudança. A criação de um Departamento dedicado à gestão de sonhos dos seus colaboradores. Em cada parágrafo do livro, Matthew consegue passar de uma forma consistente a sua convicção de que, para uma empresa ser a melhor versão de si própria, é necessário ter a melhor versão dos seus colaboradores. E isto só acontece se tivermos uma relação de simbiose entre organização e funcionários.
A solução que resolveu o problema da empresa passou precisamente pelas mãos de um gestor de sonhos, dedicado a ouvir os seus colaboradores a ajudá-los a concretizar os seus sonhos. Parece óbvio? Ou utópico? Segundo o autor, inovador e revolucionário são o ADN deste modo de gestão. Os funcionários acabaram por se sentir realizados e este sentido de preenchimento não ficou só pelos funcionários. Ascendeu também a funções de topo e pessoas que não se acreditavam neste método até o experienciarem.
Diria que a obra se divide essencialmente em 4 partes:
·             Problema: chamada de atenção para uma problemática atual que afeta milhares de organizações e colaboradores.
·             Teoria: proposta de um método revolucionário designado como “Gestor de Sonhos”, um colaborador da empresa cuja função principal passa por acompanhar de forma individual todo os funcionários e dar resposta aos seus sonhos de vida.
·             Prática: descrição de forma pormenorizada da aplicação deste método na empresa fictícia e o seu impacto pós-implementação.
·             Reflexão: depois dos exemplos práticos, o leitor é levado a refletir sob as palavras do autor. “Será que isto resultaria na minha empresa?” ou “Será esta a gestão mais eficaz de pessoas?”, são algumas das questões que se colocam de forma automática no decorrer da leitura.

Visão crítica da obra

Kelly oferece-nos de forma detalhada todos os passos para implementar a iniciativa do Gestor de Sonhos nas empresas. Quer seja uma empresa de Tecnologia da Informação ou uma empresa de Serviços Financeiros, o autor comprova como este conceito pode ser aplicado de forma universal e convida cada um de nós a experienciá-lo.
A verdade é que para os leitores mais resistentes, este conceito poderá parecer utópico e inconcebível mas valerá a pena testar, na medida em que este tipo de liderança através do investimento pessoal e profissional é a meu ver, a solução mais eficaz para combater a “dor de cabeça” de muitas organizações.
Matthew demonstra-nos em duas grandes secções a teoria e a prática deste conceito e como muitas vezes, e como muitas vezes as soluções mais simples estão muitas vezes à nossa frente.

Considerações finais

Com uma leitura bastante ritmada e objetiva, o livro da autoria de Matthew Kelly cumpre a sua função: suscita uma intensa reflexão sobre o modo como gerimos pessoas, a sua motivação e sobre o impacto que uma organização e/ou chefia pode ter na vida dos seus colaboradores tanto a nível profissional, como pessoal. Traz-nos também uma abordagem revolucionária e, ao mesmo tempo, que parece tão “simples” na medida em que a resposta está à vista de todos.
A verdade é que na vida somos movidos por metas que vamos delineando. Aquilo que nos faz crescer e sentirmo-nos preenchidos é saber que alcançamos esses objetivos. Que cumprimos um sonho quer seja no nível físico, como no nível intelectual. Cumprir sonhos, desperta a vontade de querermos ainda mais, de sermos mais. 

Experiência enquanto Book Reviewer

Desde o inicio, o livro suscitou-me uma atitude de reflexão, em que o leitor se “obriga” a pensar “Será que isto resultaria na minha empresa?”. A verdade é que tendo entrado para o mundo do trabalho recentemente e tendo uma experiência em duas organizações distintas, consigo comparar dois modos de gestão bem diferentes.
As duas organizações têm algo que as diferencia e que é precisamente a problemática da empresa fictícia do livro: o índice de turnover. Na primeira, encontramos uma taxa de rotatividade muito alta, uma gestão focada nos números e a existência de um departamento próprio de gestão de talento, denominado Talent Retention and Motivation. Na segunda, o índice de turnover é bastante baixo senão existe um departamento “próprio” para reter colaboradores.
A título pessoal, penso que certas organizações estarão mais céticas à decisão de implementar um departamento de Gestão de Sonhos dos seus Colaboradores. No entanto, creio que todas as organizações poderiam dar uma oportunidade a este tipo de gestão e deixarem-se ser surpreendidos. Grande parte do nosso tempo é dedicado ao período laboral. Somos capazes numa semana de passar mais tempo com a nossa equipa de trabalho do que propriamente com os nossos familiares e amigos. Então porque não fazer do tempo que dedicamos ao trabalho, um período feliz capaz de influenciar também a nossa vida pessoal e vice-versa? É aqui que a organização desempenha um papel fulcral enquanto “gestora” do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Uma pessoa que se sente e é feliz no trabalho, acaba inevitavelmente por transpor essa felicidade para a sua vida pessoal.
A verdade é que os colaboradores se submetem muitas a vezes a estarem sob situações de grande pressão e stress, não tendo a capacidade de “desligar” do seu trabalho nos momentos em que o devem fazer. O ritmo frenético e extremamente competitivo leva a situações de desgaste e burnout que são muitas vezes desvalorizadas.
Se contribuímos e acrescentamos valor a uma organização, se investimos tanto tempo das nossas vidas no trabalho, porque não termos uma retribuição desse investimento?



Bibliografia

KELLY, Matthew. (2007) O Gestor de Sonhos: Como motivar uma equipa para o sucesso. [S. l.]: Beacon Publishing, 2007.

Citação

Castro, J. (2019) Os sonhos enquanto motor de crescimento das organizações: resenha crítica ao livro “O Gestor de Sonhos” de Matthew Kelly. Research oriented by Phd Patrícia Araújo within “Leadership and Negotiation” Curricular Unit and Presented at Ipam Leadership Challenge. 3ª Ed.Porto: Portuguese Institute of Marketing and Administration. Available at: https://ipamleadershipchallenge.blogspot.com/2019/